"Sobre o caminho de concreto,
Passam homens e as mulheres
Enxertados nos veículos
Que apagam o sangue e a alma.
Passam no automóvel,
Esses homens loucos, essa mulheres loucas.
E se crêem, ai de mim, aptos
A viver apenas pelo petróleo.
Eles não falam, buzinam.
E não andam: rolam.
Visto que com duas pernas eu funciono,
Eles riem; me chamam de galinha.
São amarelos, ou verdes, ou negros.
Entre eles, nada de segregação:
Mexem-se entre as calçadas
Lado a lado e uníssono'
Quando digo automóvel, quero dizer automobilistas. O automóvel e o automobilista fazem parte de uma só coisa: o automóvel.
Não se tem um automóvel; se é um automóvel.
Não se pode nascer automóvel; torna-se automóvel de repente."
Réjean Ducharme
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
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